Principais Enzimas Hepáticas

O fígado é um órgão complexo responsável por grande parte das metabolizações e desintoxicações do organismo. Ele produz substâncias importantes denominadas “Enzimas”. As principais enzimas hepáticas são a ALT (Alanina Aminotransferase), AST (Aspartato Aminotransferase), FA (Fosfatase Alcalina) e GGT (Gama-glutamil Transferase). 

A realização desse conjunto de exames permite ao Médico Veterinário detectar a presença de doenças hepáticas, avaliando a extensão do seu dano e resposta ao tratamento, assim como fazer um diagnóstico diferencial entre as diversas síndromes e triagem de várias doenças, inclusive extra-hepáticas. Por ter uma grande capacidade de regeneração, os sinais clínicos só aparecem quando mais de 75% do órgão estiver acometido.

 

 

  • ALT

A enzima mais conhecida e que melhor representa o dano hepático em pequenos animais, a ALT (Alanina Aminotransferase – também conhecida como TGP – Transaminase Glutâmico-Pirúvica) está presente no citoplasma de diversas células, com maior concentração no fígado (hepatócitos), e em menor quantidade em rins, músculos cardíaco e esquelético, e hemácias. Mesmo presente em células extra-hepáticas, essa enzima não tem capacidade de aumentar sua concentração basal em mais de três vezes quando oriunda desses tecidos.

A ALT é liberada quando há lesão celular (extravasamento) ou necrose, e indução enzimática (aumento da síntese). Sua elevação é observada 12 horas após a lesão celular, com pico entre 1 a 2 dias, retornando ao normal em 1 a 3 semanas após sua resolução.

CAUSAS DE AUMENTO DA ATIVIDADE SÉRICA DA ALANINA AMINOTRANSFERASE (ALT – ou TGP):

  • Dano hepático
  • Hepatite infecciosa aguda;
  • Hepatite tóxica;
  • Hepatite ativa crônica;
  • Trauma hepático grave;
  • Pancreatite aguda;
  • Colangite linfocítica e lipidose hepática felina idiopática;
  • Choque grave causando hipóxia;
  • Neoplasia;
  • Amiloidose hepática;
  • Doença hepática secundária (efeito moderado a grave);
  • Desvio portossistêmico (efeito moderado, se houver).
  • Indução por medicamentos (anticonvulsivantes, glicocorticóides, mebendazol, cetoconazol, tetraciclina, fenilbutazona e tiacetarsamida);
  • Miocardite;
  • Febre (efeito moderado)


  • AST

A AST (Aspartato Aminotransferase -também conhecida como TGO – Transaminase Oxaloacética), está presente no citoplasma e mitocôndria de diversas células, principalmente no fígado e musculaturas esqueléticas e cardíaca. Muito utilizada para avaliar lesão muscular (juntamente com a Creatina quinase – CK ou CPK), ela também pode avaliar lesão hepática, porém com uma especificidade bem menor que a ALT. Por ser uma enzima de mitocôndria e citoplasma, a AST necessita de um dano maior para ser liberada na corrente sanguínea em maior quantidade.

CAUSAS DE AUMENTO DA ATIVIDADE SÉRICA DA ASPARTA AMINOTRANSFERASE (AST – ou TGO):

  • Lesão hepática (hepatite infecciosa e tóxica, obstrução biliar, lipidose);
  • Lesão da musculatura esquelética;
  • Distúrbios miocárdicos;
  • Esforço extenuante;
  • Pancreatite;
  • Lesão oxidativa (zinco, cebola, paracetamol – gatos).
  • Erros: hemólise.

  •  FA

A Fosfatase Alcalina é uma enzima ligada à membrana celular, e está presente principalmente nas células dos ossos, fígado, intestino e rins. Sua produção e liberação na corrente sanguínea pode acontecer por indução na Colestase, por terapia medicamentosa, corticóides, etc. Em cães, essas frações podem ser diferenciadas através de um exame chamado “Fosfatase Alcalina Total e Frações”, onde é dosado sua fração óssea, hepática e induzida por corticóides. Nesta espécie é a enzima mais sensível para detectar Colestase. Já os felinos possuem uma menor quantidade de FA, e é rapidamente eliminada pelos rins.

CAUSAS DO AUMENTO DA ATIVIDADE SÉRICA DA FOSFATASE ALCALINA:

  • Obstrução biliar (colestase), intra ou extrahepática;
  • Lesão hepática;
  • Colangiohepatite;
  • Indução por esteróides – Hiperadrenocorticismo ou administração de corticóides;
  • Animais em crescimento;
  • Doenças ósseas graves ou generalizadas – hiperparatireoidismo, etc;
  • Outros distúrbios endócrinos;
  • Neoplasias;
  • Septicemia / endotoxemia;
  • Indução por medicamentos que não são glicocorticoides (fenobarbital, halotano, tetraciclinas, cefalosporinas, barbitúricos, etc);
  • Inanição prolongada;
  • Regeneração hepática;
  • Gestação (gatas);
  • Lipidose (gatos);
  • Hipertireoidismo (gatos);
  • Diabetes (gatos);
  • Treinamento (cães Greyhound);
  • Dieta (Hill’s s/d®).

  • GGT

A Gamaglutamiltransferase é uma enzima também ligada a membrana celular, presente principalmente nas células epiteliais dos ductos biliares, túbulos renais, pâncreas, rins e mucosa intestinal. Como seus níveis aumentam antes dos danos hepáticos, a GGT é importante no diagnóstico de doenças assintomáticas ou que ainda não apresentaram icterícia. Na espécie felina, é o indicador mais sensível de doença colestática. 

Em gatos com lipidose hepática, o valor de GGT pode estar normal ou pouco elevado, enquanto a FA está aumentada. Em cães filhotes (até 10 a 15 dias), o teor de GGT pode aumentar em até 100 vezes em comparação ao animal adulto, em razão da grande quantidade presente no colostro. Doença tubular renal ou nefrotoxicidade podem aumentar a GGT urinária (mais do que a sérica).

CAUSAS DO AUMENTO DA ATIVIDADE SÉRICA DA GAMAGLUTAMILTRANSFERASE (GGT):

  • Cirrose;
  • Hepatite / colângio-hepatite;
  • Colelitíase / colecistite;
  • Neoplasias hepática / biliar;
  • Corticóide (endógeno / exógeno);
  • Hiperplasia biliar
  • Medicamentos (fenobarbital- discreto aumento, halotano- 2 a 7 dias após anestesia).

Informações adicionais:

  • A hemólise pode inteferir tanto pela variação na absorbância da amostra durante a realização do teste, como também pela liberação de enzimas pelas hemácias lisadas;
  • A CPK (CK) pode elevar-se devido a uma crise convulsiva em que o animal se debata e traumatize a musculatura;
  • Aplicação de injeção por via intramuscular pode causar uma lesão tecidual no músculo suficiente para elevação de CPK (CK) e AST séricas.

*O Laboratório DIAG&VET disponibiliza esses exames de forma individual ou inclusa nos nossos Perfis ou Função Hepática. Seu resultado é rápido, sendo entregue ao Veterinário no mesmo dia. O tubo para coleta é o de bioquímico (tampa vermelha), sendo necessário no mínimo 0,5 a 1,0 mL de sangue.

– Perfil Básico 1 (hemograma, uréia, creatinina, ALT e Proteínas)

– Perfil Básico 2 (hemograma, uréia, creatinina, ALT, FA e Proteínas)

– Função hepática Canina (ALT, AST, FA, Proteínas Totais e frações)

– Função Hepática Felina (ALT, AST, FA, GGT, Proteínas Totais e frações)

 – Fosfatase Alcalina Totais e frações (resultado em 10 dias)

 

Qualquer dúvida, estaremos a disposição!!

DIAG & VET – Laboratório veterinário de Análise Clínicas.