Urolitíase em Porquinhos da Índia (Cobaias)

A formação de cálculos urinários é um problema comum em pequenos roedores a partir de 2 anos de idade, acometendo principalmente fêmeas idosas (4 anos).

Vários fatores como pH urinário mais alcalino, obesidade, ingestão insuficiente de água, higiene inadequada da gaiola, falta de exercício, doença renal, suplementação mineral e vitamínica e a ingestão de alimentos com alto teor mineral, podem contribuir para o aparecimento da urolitíase. A vitamina D pode aumentar a excreção renal de cálcio por aumentar a absorção intestinal dele, e a vitamina C pode induzir a síntese de urólitos de oxalato de cálcio por hiperoxalúria.

Os principais sinais clínicos apresentados são dor à palpação e vocalização. Estes sinais dependem da localização quantidade e tamanho dos cálculos. Por serem presas na natureza, os porquinhos-da-índia tendem a mascarar sinais de dor ou desconforto, levando a percepção da doença tardiamente. Alterações na quantidade e coloração da urina também podem ser indicativos.

O diagnóstico baseia-se na Urinálise e exames de imagem (radiografia e ultrassonografia). Para realizar a análise da urina, pode se obter a amostra por micção espontânea ou tentando manter um local da gaiola limpo para posterior aspiração da mesma. Caso não seja possível, a compressão manual cuidadosa (pode predispor a rupturas ou presença de sangue), cateterização ou cistocentese (cuidado com o ceco que possui elevado volume – fazê-la guiada por ultrassom) são opções, porém mais estressantes.

A presença de hematúria pode significar atrito do cálculo com o trato urinário levando a um trauma da mucosa, inflamação, infecção ou neoplasia.

O tratamento de eleição para urolitíase é a remoção cirúrgica. Não há nenhum tratamento clínico descrito eficaz para dissolução de urólitos em pequenos herbívoros, porém, em fêmeas com cálculos pequenos, é possível removê-los com terapia intensiva ou podem ser acompanhados por exames periódicos de radiografias e urinálises.

Os cálculos vesicais podem não causar sintomatologia clínica de obstrução, mas devem ser removidos por causarem cistite, dor e predispor à infecção. Podem também migrar para a uretra e causar obstrução, tornando o quadro ainda mais grave, levando à morte do animal. Em fêmeas esse quadro de deslocamento é mais comum por possuírem uma uretra pélvica com diâmetro maior. Em quadros de obstruções, os pacientes possuem os sinais referidos anteriormente, além de distensão da bexiga, sinais de uremia (hipotermia, bradicardia, taquipneia, estupor ou coma), arritmia ventricular pela hipercalemia, alterações eletrolíticas (hiponatremia, hipercalemia, hipocloremia) e até mesmo convulsões.

Por isso, as Urinálises devem fazer parte dos exames de rotina destes pacientes, além dos demais como Hemogramas, Funções renais e Hepáticas, Glicemias, Coproparasitológicos, entre outros.

Para quaisquer dúvidas, a equipe do DIAG&VET está sempre à disposição!!

(Fonte: Urolitíase em Porquinho-da-Índia (Cavia porcellus): Relato de Caso. https://doi.org/10.31533/pubvet.v13n3a286.1-9 PUBVET v.13, n.3, a286, p.1-9, Mar., 2019)

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DIAG & VET – Laboratório veterinário de Análise Clínicas.